sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Na atividade

Após aparecer um balão no canto da tela do computador com os dizeres que estou conectada ao mundo virtual, por coincidência ou destino – deixo a cargo de vocês – vem até a mim com letras garrafais e avisos luminosos uma reportagem realizada pelo estadao.com.br a respeito de todo o universo da Blogosfera: da quantidade de informações que podem ser pescadas pela rede virtual, do quanto essa variedade de opiniões mostra um espírito crítico que dá ponto de partida para vários debates num paradoxo que é necessária uma seleção pela quantidade de baboseiras da web.

Então, eu aqui com meus botões pensei: por Deus, por Merlin, por todas as forças sobrenaturais, será que isso é mesmo um sinal? Será que estamos no rumo certo?

Pois é. ‘Nós’, porque passo a integrar ao grupo de Lesmas do presente blog, com um orgulho vigente e um sorriso bobo de satisfação estampado no rosto – compreendido pelos fãs da presente página – dando continuidade a tarefa de expor uma consciência crítica de forma descontraída e pueril, se aproximando cada vez mais daquilo que acreditamos ser Jornalismo.

Em algumas nações, a Blogosfera foi responsável por rever as estruturas dominantes do poder e fazer mudanças significativas. O nosso objetivo não fica longe! Nós queremos mostrar o nosso potencial, apresentar Roraima de um jeito inovador, numa atitude revolucionária, de mudar mesmo o mundo e, como disse a Bruna, outras tantas coisas idiotas que só estudantes de jornalismo poderiam almejar.

De qualquer forma, a partir de agora a pessoa que vós fala anuncia humildemente que se é para o bem de todos e felicidade geral da nação digo ao povo que aceito o convite prestado, fico e finco neste instante meu ponto de partida ao Jornalesmas: já tô aqui n’atividade!

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Superstição? Jamais! Bate na madeira aí, ô.

Minha mãe sempre fala, que se avistarmos um cortejo de funeral não podemos contar a quantidade de carros presentes. O número correspondente aos veículos, significa o tanto de anos que ainda vamos viver. Então é melhor nem contar. Sempre esta regra. "Não conte os carros do cortejo".

Porém, há quantidades que já estão fixadas na mente humana... basta olhar, não precisa contar, e já sabemos que números representam, não é?
Um, dois, três e quatro.

Ontem eu vi um cortejo, às 10h da noite. E nem precisei contar, porque só havia um carro acompanhando.
Ou seja, só tenho um ano de vida.

Elânia obrigada pelo sorvete.
Luciana, obrigada pelo cavalinho.
Floco, antes de partir eu devolvo seu livro.


Foi muito bom conhecer vocês, pessoas.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Para Lesmas e leitores de plantão...



Parafraseando o saudoso Renato Russo: "Eu não acredito nisso..." Mas eis que 5 anos, 41 disciplinas e incontáveis trabalhos depois, estou eu aqui... Entrando de cabeça na tal da Monografia e todos os seus meandros... Prestes a finalizar o curso que em algum momento de minha vida, chegou a ser uma distante incógnita. Vale ressaltar que pisei na UFRR pela primeira vez como acadêmico em 17 de setembro de 2002.

A Seleção brasileira havia recém conquistado o penta e o Ronaldo nem era gordo. Alguns importantes projetos pessoais haviam fracassado ou começavam a fracassar literalmente... E a vida acadêmica parecia ser a única coisa boa para se pensar naquele momento.

Muito se passou desde então. Amigos... Ah! Esses sim são a maior conquista depois do "canudo". Amigos que se multiplicavam dia pós dia, junto com o novo mundo que começava a surgir diante dos meus olhos. É, pessoas! A Universidade proporciona isso... Uma nova visão de mundo diante da "cegueira" que nos é imposta pelos falidos sistemas de ensino fundamental e médio Tupiniquins (e que não me processe nenhum representante de tal etnia, por achar que a associação do nome de seu povo à enganação chamada educação pública é negativa).

Esses amigos que, graças ao bom Deus, já não consigo mais contar e jamais arriscaria a tentar lembrar os nomes... Pois correria o risco de cometer uma injustiça deixando alguém de fora. Muitos foram os momentos inesquecíveis durante esta caminhada. Muitos papos sem-futuro também... hehehe! E quantas conversas acerca da conjuntura-filosófica-globalizada-de-formação-cultural-dos povos apenas para provar porque qualquer papo-cabeça acabava sempre numa putaria generalizada... Ou seja, nossa vocação não nos foi dada por nada!

E em país cuja cultura é a de que "prego que se destaca, merece martelada" vamos dançando conforme a música... Cavucando nosso espaço e fazendo o possível para mudar a situação. Mas uma coisa é certa: Ninguém mais aguenta fazer papel de palhaço e a maioria, está fazendo a sua parte para transformar o que está aí.

Gente que não suporta os "Amílcares da vida", ou até mesmo garbosos "Jessés", só para não cometer nenhuma injustiça com nossos digníssimos impressos. Porque de nada vale pregar contra "galeritos", "tiras", "sangue no asfalto" e outros tantos outros adjetivos da editoria de polícia do RH, se não ilustrarmos a vendida "Falha" de Boa Vista que num dia desce o pau (sem vaselina) em alguém, e no outro, eleva esse mesmo alguém a altos graus de santidade, passíveis até de beatificação sem necessidade de aprovação de Sua Santidade, o Papa. Tudo isso em letras garrafais no melhor estilo press-release (muito bem pago por sinal) redigido por nada mais, nada menos do que o próprio editor-chefe do referido veículo.

Bem, isso pode soar como um desabafo, e em parte pode até ser mesmo. Mas ilustra o receio que tenho de deixar a academia, para bater de frente com a realidade do mercado... Acho que não por menos, estou pensando em retornar à UFRR em um novo curso... Só não sei qual ainda.

Para os que trilham os caminhos jornalísticos, desejo muita força e muita dedicação. além de uma grande vontade (mesmo que utópica) de tentar mudar esta triste realidade.

Aos professores, o meu agradecimento. Mesmo aqueles que fingiram nos ensinar enquanto a gente realmente corria atrás de aprender.


E deixo também o meu desejo de união à todos: Somente por meio das nossas ações somadas é que poderemos mudar, não somente o jornalismo macuxi, mas o mundo.

E hoje, muito melhor que ontem e menos que amanhã (Pô! Nem reclama que eu tinha guardado essa "frase feita" para o final, afinal, um pouco de clichê não faz mal a ninguém) temos uma grande arma em nosso favor e que está aqui mesmo: A internet.

Façamos deste instrumento, uma grande arma em favor da sociedade.

Aos Lesmas: Continuamos aqui. Vamos trabalhar para fazer esse blogue chegar ao conhecimento dos quatro ventos! Nada de baixas, por favor! Pois em time que está ganhando não se mexe.
E para acabar com uma certa discussão, eu digo: Devemos sempre manter esse vontade do Floco, vontade de fazer, de transformar... Mas também é legal manter os pés no chão, como a Bruna.
Mas o melhor disso tudo é somar essas virtudes, porque é exatamente da miscelânea de pensamentos de quem está entrando e de quem está saindo da academia, que poderemos criar mecanismos para continuarmos acreditando no jornalismo roraimense. Só assim conseguiremos manter os nossos ideais!


Até a próxima!

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Assembléia extraordinária.

Achei melhor usar o blog pra comunicar aos participantes, que no próximo dia 27 o Jornalesmas completa 6 meses de vida. Em contato com a Lesma-mor (entenda Cora Coralina), combinamos de nos encontrar o quanto antes para resolver alguns pontos referente ao projeto Jornalesmas.

1º Beber. Porque é aniversário do Blog. E todo aniversário tem que ter bebida. Então o primeiro passo é decidir quando, como e aonde? Vocês preferem vodca ou cerveja mesmo?

2º Esquema para atualização de textos. Pra que o pobre do blog não fique jogado às baratas por tanto tempo.

3º Algumas possíveis substituições (se alguém assim desejar, caso ache que não nasceu pra lesma), e recrutamento de novas Lesminhas (aaaaaêÊÊêÊÊ calouros em Jornalesmas).

4º A criação do desenhozinho (eu sou ótima em nomes técnicos), e a criação de camisetas com o mesmo (imaginei lesminhas personalizadas... uma cabeluda, uma de óculos, uma de decote :x mas isso fica pra segundo, terceiro, vigésimo quinto plano.). Hans Luciana Donner, isso é um trabalho pra você! :D

5º Divulgação, que creio eu, fica por conta do Cristofer Floquette Botafoguette In- Justus que é o marketeiro da equipe.


Aos participantes do Blog que estão fora, não se preocupem, a gente manda a passagem pra vocês. Qualquer coisa, se o meu cartão não tiver limite suficiente, a gente usa o dinheiro da conta do Jornalesmas.
:B
Vocês vão ficar informados de qualquer mudança. Acreditem em mim.


Pessoas interessadas em colaborar, abundem-se e mostrem suas propostas.


Obrigada pela atenção.
E Feliz Parabéns ao Jornalesmas.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Intercom 2008.

Depois de um tempo ausente, retorno a casa.
O sumiço não tem explicação nenhuma, apenas saí de férias. Férias do blog, pois nem pus os pés fora de casa nesse tempo.
O bom é que o tempo dá uma freada nas emoções e nas paixões (ou na falta delas, como é meu caso), e nos torna serenos outra vez, até que outro ataque súbito de nervos venha a acontecer.

Esses dias estou lendo O Pasquim –Antologia – 1969 a 1971, e não sei como classificar os textos. Não é fácil achar uma definição, do que é crônica, artigo, reportagem... Só se diferenciam as entrevistas, que o contrário do que vemos nos semanários atuais, são maravilhosas e repletas de essência (entenda ‘sem cortes’).

O Pasquim, feito por algumas mais-de-meia-dúzia de mentes brilhantes, é uma lição do que é Liberdade de Imprensa. Em meio a uma ditadura militar surge uma revista independente, cuja inteligência e a indignação contra o Governo, foi o único elo entre os seus criadores. Vai ver é por isso que durou tanto tempo: eles souberam conviver com as opiniões díspares e fizeram acontecer o maior símbolo do jornalismo independente no Brasil. Muito bom, recomendo. Procurem nas livrarias ou esperem eu terminar de ler o meu.

Mas não é do Jornalismo que eu gostaria de falar.
É da escola de jornalismo macuxi, essa que me assusta.

Durante o Intercom, evento que aconteceu em Belém-PA no mês de junho, acompanhei o blog do mestre Avery, jornalista roraimense (muito bom, por sinal). E fiquei realmente preocupada com a próxima edição do encontro. Boa Vista vai sediar o Intercom 2008.

Mas quem está nos bastidores de como a coisa funciona na UFRR, duvida que esta tenha algo aproveitável a apresentar no evento. Garanto que falta de vontade dos alunos, não é. Alguns professores até tentam, mas a grande maioria permanece na preguiça mental.

E não é só isso, há um descaso exacerbado da reitoria com o curso.

No ultimo semestre minha turma de FotoJornalismo II descobriu a existência de 3 máquinas reveladoras, no valor de R$ 80 mil cada (segundo a pessoa que nos mostrou), jogadas ao relento, na sala quente e abafada que chamam de Laboratório de Fotojornalismo. Segundo a professora responsável pela disciplina, as máquinas já caíram no desuso a muito tempo, são obsoletas. É importante saber que as tais máquinas nunca foram usadas pelos estudantes. Isto porque pra usá-las seria necessário o auxílio de um laboratorialista, profissional adequado para manejar substâncias químicas, que o Departamento de Comunicação não tem autorização para contratar. E creio eu, nunca terá.

Os armários guardam soluções reveladoras com prazo de validade vencida, Câmeras de altíssima qualidade (embora analógicas) sem baterias, lentes com valor de um carro popular, arranhadas, quebradas... Tudo isso entregue às traças.

Mas mesmo assim ainda há aqueles com uma pontinha de boa vontade. Monitor que leva os alunos para a rua, professor que paga a revelação com o dinheiro do próprio bolso, que empresta a câmera que levou anos pra comprar... e por ai vai, até que não dê mais.

Acabo de sair da disciplina de Telejornalismo II, e a intenção do professor foi a melhor possível. Porém a tentativa de realizar um piloto de telejornal nos deu boas doses de estresse, dor de cabeça e decepção. Ilhas de edição sempre ocupadas, às vezes quebradas, o trabalho se acumulando e os alunos se frustrando. E o professor, coitado, de mãos atadas.

E as monografias então? Dia desses, meu orientador comentou que nossos projetos (do grupo de pesquisa ao qual eu faço parte) são bem interessantes perto dos que habitam o arquivo do Departamento de Comunicação. É só vendo pra crer. Como, em um curso de comunicação SOCIAL não se desenvolve algo que beneficie uma comunidade? Sorte eu ter o orientador que eu tenho, aposto que se meu projeto não valesse nada ele já teria me falado, pra acabar logo com a minha ilusão. "Bruna, essa tema é horrivel, você pode fazer algo melhor" (Não com essas palavras, mas ele diria!)

Diante dos fatos, eu pergunto: como será a atuação da UFRR no Intercom ano que vem? O que apresentar? O desânimo de estudantes do 7º semestre? Pois é só o que há.

Que a Atual compense nossas falhas. Amém.


segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Au revoir, tout le monde

Pra começar, não sei escrever carta de adeus. Então vou ser curto e grosso, igual a coice de preá.

Eu tenho sonhos, planos, anseios, desejos. Eu tenho ídolos.
Mais do que isso, tenho amores e paixões.
Pode parecer utópico, melancólico. E é.
Eu ainda acredito no jornalismo. Ainda acredito no jornalista e sei que ele vale mais que um punhado de moedas e dois dedos de cachaça.

Sempre me disseram que só idiotas respondem a uma pergunta com outra pergunta. Mas antes que se perguntem o que o jornalismo fez por vocês, eu lhes respondo com outra pergunta: o que fizeram vocês pelo jornalismo?

Que fique clara uma coisa: depois da minha namorada, meu grande amor é a publicidade. Mas o jornalismo é hobby, quase paixão. E o que eu jugo ser jornalismo e jornalista já não é o que todos aqui julgam. Então, na surdina, eu pego meu banquinho e saio de mansinho.

Aos que ficam, boa sorte gente. Continuem sendo pessoas decentes sem enfiar dinheiro nas cuecas nem superfaturar compras de aviões.
Eu adorei esse projeto, apostei minhas fichas desde o começo e tenho certeza de que o blog ainda vai decolar.

Aos que lêem, continuem lendo. Oras.

Ainda vou conseguir conciliar duas faculdades, dois empregos, um blog e fazer algo pelo jornalismo e pela minha comunidade. Sendo assim, brevemente espero contar com vocês no meu blog.

Beijos do Floquito.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Anotar é preciso

Logo começam as aulas na UFRR e já comprei meu caderno. Não que eu vá anotar cada pio do professor em sala - o que nunca fui habituado a fazer. Mas ter anotações relevantes a diversos assuntos é algo a ser cogitado.

"Sovaco ilustrado" foi o primeiro apelido dado ao Lúcio Flávio Pinto (continuem a guardar esse nome) na redação do diário A Província do Pará, em 1966, por andar pra cima e pra baixo fazendo anotações em seu caderno, o que não era comum aos jornalistas daqueles tempos. Apelido logo mudado para Toynbee, depois do seu primeiro furo de reportagem, ainda em 66: uma entrevista exclusiva com o inglês Arnold Toynbee, até então o maior historiador na época.
Coincidência ou não, Lúcio Flávio hoje é ícone quando se fala de jornalismo independente. Talvez pelo talento nato, talvez pelo conhecimento amplo e diverso, talvez pelos caderninhos que coleciona há mais de quarenta anos.

Anotar por anotar qualquer um anota. Anotar pra arquivar, relembrar e fazer uso da "informação de ontem" na formação da "informação de amanhã" são outros quinhentos.
Não tenho um décimo da capacidade do dito cujo. Mas nem por isso vou ser um péssimo jornalista, como muitos dos nossos conterrâneos auto-intitulados comunicadores.

Dias atrás presenciei um furo de reportagem dos menos esperados: um prédio antigo desabara, numa esquina muito movimentada de Belém. Pensei dois segundos e, com a câmera na mão, achei melhor guardar a imagem na memória - da minha cabeça, não da máquina.
Minutos depois chegava ao local uma equipe do jornal O Liberal.
Aí meus caroços de tucumã gritaram em uníssono: eu não nasci pro jornalismo!
Bem que eu podia ter, ao menos, dado entrevista como testemunha ocular, mas nem isso! Nem isso. Agora tanto faz. Não fotografei. Apenas olhei. E só olhar, nesse mundo canibal que é a comunicação, vale menos que dois dedos de cachaça.

Anoto agora que comprei meu caderno azul. Como anotarei tantas outras informações hoje julgadas inúteis, mas que talvez contribuam como fonte de consulta para a informação de amanhã. Seja no Diário do Sacolejo ou na Gazeta do Truarú.
Como não tenho memória de elefante - estuprando Fernando Pessoa - anotar é preciso!



Post scriptum:

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