quinta-feira, 25 de outubro de 2007

POLÍTICA DE QUINTA

De volta, com o melhor da política nacional, na visão de uma lesma.

Não se ouve, não se fala, não se vive em função de outra coisa em Brasília que não seja a CPMF.
O desespero do governo de perpetuar a Contribuição (obrigatória, vale dizer) é tão grande que até tiraram o pobre Renan de sua cadeira.
O que?!? Vem dizer que você não tá sabendo que aquele discurso de "preservar a harmonia do Senado" é balela?
Na verdade o Governo Lula percebeu, que se antes Renan Calheiros presidindo o Senado facilitava a aprovação da CPMF, sua permanência teimosa estava criando um clima impossível para aprovar o tal imposto. Já dizia Coxinha: "Senador que atrapalha a aprovação da CPMF não procedeu, a tesoura comeu."

Mas por que o Governo Lula precisa tanto desse imposto? Por que de tanta urgência? A resposta vem junto com a análise de seu governo.
Em 4 anos Lula não fez seu dever de casa, não cortou gastos, não fez reformas, ao contrário, só aumentou os gastos em 40% nesse tempo, o que faz com que necessite muito dos 40 bilhões que a CPMF traz para o Tesouro Nacional, antes que seu governo desmorone.

Por favor, doem um imposto pro Lula, antes que ele acabe de vez com esse país.


Diretamente de Brasília, Luciana Lobato.

sábado, 20 de outubro de 2007

Idioma Parentês.

Porque sim, roraimense tem sotaque.
Se não é sotaque, é uma espécie de dialeto que só quem mora, ou já viveu aqui, sabe como é.

Afinal, vai dizer que você nunca usou a expressão “marrapaz’?

Marrapaz é uma variação de “Mas, rapaz” que acabou se adaptando como uma espécie de confirmação. Exemplo: se lhe perguntam se você vai à festa do José; e você, de fato, vai à festa do José, você responde “Marrapaz”.
- E ai bichão, vai na festa do Zé?
- Marrapaz! Tô lá!

“Tô lá” também é característica do idioma caboquês. Você usa como complemento de Marrapaz, ou simplesmente responde:
- Tô lá!

Além disso tem o “maaaaaas”. Não, caro leitor, não é simplesmente “mas”, é “maaaaaas” com todas as letras . Serve pra substituir o “marrapaz”:
- Vai na festa do Zé?
- Maaaaaaaaaas.

Bicho, aqui todo mundo se chama de bicho. Começar uma frase sem bicho aqui em RR, é a mesma coisa de começar uma frase sem “Ôw” lá em Minas. Se não, fica sem começo (não é Bréscia?). É uma espécie de vocativo, que serve para homem, mulher, senhora, senhorita, ancião. Bicho é bicho.

- Bicho, to brocado!
- Então bora lá brocar, bichão.

Usa-se “bichão” com freqüência também. Principalmente quando você quer concordar com alguma coisa.
- Pense numa festa boa!!!
- Então bichãããão.



Brocado? Diz-se daquele sujeito que tem fome. A expressão vem do verbo “brocar” que significa comer. Outra variação é “broca”, que significa comida.
- Bicho, a broca vai demorar a sair?
- Maaaaaas, se vai.

Por acaso você acha que o Ronaldinho Gaúcho tem o dente “maceta”?
Bicho, eu acho. O dente do Ronaldinho é maceta.
Maceta
é algo grande, mas muito grande.
Sabe aquele último post do pcapuleto em meados de 1956 (cof-cof) aqui Jornalesmas? Sim! Ele era “maceta”.

Você já levou um tubão? Cuidado, que aqui em Roraima levar um tubão dói pra caramba! Tubão é quando você quer dar um murro na cara do FDP que está lhe pertubando. Ai você ameaça o coitado assim:
- VOU TE DÁ-LHE UM TUBÃO.
Mas tem que ser desse jeitinho, se não, não é caboquês.

Porém nada, eu digo NADA mesmo, é mais característico do que o TELESÉ?
Não há regras para o uso. Do nada, pergunte assim:
- Telesé?
Use e abuse do “telesé?” Não há restrições. Porque ele sim é a marca do nosso regionalismo e das nossas misturas. Não há quem viveu por aqui, ou conheceu algum roraimense e não tenha escutado esta expressão.

Eu tenho orgulho de ser roraimense, telesé??

E tu bichão, tem alguma gíria chibata pra compartilhar?

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Distúrbio do Envelhecimento Precoce.

Não há muito tempo, a Lesma Ina Carolina nos tornou pública a Síndrome da Vergonha Alheia, que atinge milhares de pessoas no mundo inteiro. Como essa, várias outras epidemias mentais se espelham pelo mundo, a grande maioria, com poucos estudos relacionados e origens desconhecidas. A exemplo, podemos citar o Distúrbio de Envelhecimento Precoce, ou simplesmente DEP, que apesar de bastante disseminado, passa quase que despercebido.

O diagnóstico difícil é uma das razões para não perceber a doença, visto que os comportamentos característicos são tidos como normais. Os portadores costumam pensar, por exemplo, que os bons tempos já passaram e estão velhos demais para uma série de coisas, como freqüentar carnavais fora de época, passar dias seguidos na farra e dançar de forma contínua uma noite inteira. Isso aos vinte anos!

No primeiro estágio a característica mais forte é o saudosismo. São rotineiras frases como:
- No meu tempo as coisas eram diferentes e a gente, sim, sabia se divertir.
- Aos doze anos eu ainda brincava de Barbie!
- Lembra quando íamos ao cinema e andávamos pela praça? Isso pra gente era sair.
- Quando eu tinha essa idade, ainda estava beijando. Hoje essas meninas já dão!

No segundo estágio há uma implicância maior com a nova geração, por entender, mesmo que de forma inconsciente, que a juventude lhes pertence. Geralmente o portador do DEP os evita, refugiando-se em barzinhos onde encontram os amigos dos pais em uma mesa e olhares insistentes e incômodos de outra, de alguém mais velho com uma aliança na mão, resultado agravantes de um pseudo-envelhecimento.

Por essas e outras, festinhas particulares ou pequenas reuniões de amigos acabam sendo as formas de diversão freqüentes pelas vítimas do DEP. Almoços, churrasco, pizzas, sushis ou, o que é mais comum, apenas bebidas alegram esses precoces velhinhos que a cada oportunidade dizem o quão estão velhos e o quão o mundo está perdido!

A estudante Marcely Maciel sabe o quanto sofre possuir o distúrbio. No começo do ano, no show da Banda Eva no Iate Clube de Boa Vista sofreu uma crise seriíssima: “Por todos os lados, meninos, meninas de quatorze, quinze anos. Abriram as portas das escolas e esqueceram de nos avisar! Eu me senti horrível”.

Situação semelhante passou J.P.B., 19 anos, chamado de ‘tio’ em uma boate: “Fiquei perplexo, sem ação” – foi tudo o que conseguiu dizer.

As informações a respeito do Distúrbio do Envelhecimento Precoce são poucas. Sabe-se que a doença possui a pessoa, tal qual uma febre possui um enfermo, e nunca o contrário. Segundo os dados, cada vez mais cedo será a incidência dos casos. Não há casos de cura.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Semi-ética...

Não! Eu não quis dizer semiótica, não!
É semi-ética mesmo!
É tipo assim um negócio mais ou menos...
Como é que eu posso dizer??
É uma condição de uma pessoa que não é totalmente ética,
mas que também não é totalmente aética.
É assim: meio ética, entendeu?! Ou semi-ética!

Eu comecei a pensar sobre isto depois de uma daquelas palestras que nossos professores levam pra sala de aula...
Um certo palestrante disse que o jornalista tinha que ser muito ético!!
Sacou? Não adianta ser um pouco ético! Tem que ser muuuuuito ético.

Eu sempre pensei que ou a figura é ética ou não é...
Mas agora vejo que eu estava apenas meio certo...
Ou seria meio errado?
Na verdade, eu estou meio em dúvida!
Será que uma meia-dúvida leva pelo menos ao meio-conhecimento?

Acho que vou deixar estas questões meio de lado!
Vai que a coisa vire meio que uma moda!
Toda mulher agora vai querer ficar meio grávida...
E todo mundo vai se achar meio jornalista...
E a dúvida do repórter de polícia vai ser se o cadáver de hoje tava meio-vivo ou meio-morto...

Será que atrás de todo semideus existe sempre um grande seminu?

Agora saiam do meio que eu vou ficando por aqui, antes que este post, que está ficando meio grande, não mereça nem mesmo uma palma e meia...

domingo, 7 de outubro de 2007

Uma cultura do desprezo à cultura

O título auto-explicativo remete ao tema de uma “palestra” ocorrida na última segunda-feira, durante a aula de Tópicos Especiais em Comunicação, da turma de do 5º semestre de Jornalismo da UFRR.

O debate contou com a presença de alguns membros de entidades que promovem cultura no Estado, de Jornalistas que defenderam intensamente um espaço maior para o Jornalismo Cultural na mídia roraimense, do Professor mediador do debate, dos alunos da turma e convidados do 7º semestre. Diante do papo, as contradições.

As críticas começaram a aparecer e eu a me incomodar. Houve quem dissesse que o motivo pelo qual o Jornalismo Cultural não é explorado em Roraima é a falta de organização dos grupos culturais em dar uma maior abertura à imprensa. E eu me pergunto: Existe um grupo mais organizado do que o Teatro em Roraima?

Entretanto, os meios de comunicação só percebem a força dessa organização, quando algum evento está em pauta e a cobertura torna-se imprescindível.
Por mais de uma semana, o SESC apresentou a Amostra Macuxi de Artes. De fato os jornais divulgaram, encheram suas páginas com um crtl C + ctrl V deslavado da programação, e isto foi o máximo.
Grupos de outros estados estiveram presentes, músicos, contadores de história, poetas, artesãos... E nem um espaço no caderno B repleto de baboseiras, horóscopo e resumo de novela, foi cedido à verdadeira essência da Amostra.
Em outros lugares do Brasil, os cadernos de cultura dos jornais estariam repletos de bom material jornalístico; enquanto aqui o máximo que vemos é uma notinha a respeito, como se cultura só fosse importante uma vez no ano, com algum evento que atrai público.

Quer dizer então que grupos como o antigo Roraimera, e o recém-formado Clã Caboclo só trabalham de vez em quando? A preocupação destas pessoas que, gratuitamente, têm um compromisso em resgatar a cultura do Estado, é só quando tem festinha e tudo e tal?
Errrr... eu acho que não é bem por aí.

E enquanto não houver um comprometimento com o tema, quadros fixos e cadernos reservados em que possa ser livre pra falar de cultura - sem estar preso às rédeas do jornalismo chavão, onde possa ser criativo, usar cores, boas fotos e conteúdos coerentes - o leitor roraimense nunca vai se adaptar ao Jornalismo Cultural, e vai continuar se divertindo com os boletins de ocorrência recém-saídos das delegacias e recheados de sangue, porque esta é a única opção que os jornais oferecem.

E aos donos dos jornais: não culpem a falta de mão-de-obra pra escrever sobre cultura. A verdade está nos bancos do curso de comunicação social: boa parte dos alunos é envolvida com alguma atividade cultural. São atores, são músicos, são artistas plásticos, são poetas, são escritores independentes... Não há desculpa. Veículos, a culpa é de vocês.

E seguindo a linha de raciocínio da Elânia: chega de reclamar, vamos apresentar soluções e cessar o bablabla! Porque o jornal não é só coluna social e fofoquinha, e desde já eu me comprometo com o blog e com meus colegas, a oferecer um incipiente e prosaico Jornalismo Cultural por essas bandas da blogosfera. Vamos lá lesminhas, ajeitem a cara do blog que eu não vejo a hora de começar.

sábado, 6 de outubro de 2007

A meia da meia verdade

Incrível a compatibilidade de pensamento das pessoas que leram o meu post anterior sobre o direito à meia entrada.
A idéia de fazer um folder com a lei já é relidade. A atitude foi do nosso amigo Vito, que redigiu e imprimiu os papéis com a foto do nosso ingresso, e os artigos da Lei Estadual nº 363 de 14/01/2003.

Pimentel, é essa lei mesmo. Pois no Artigo 6º diz claramente que os estudantes têm direito ao abatimento no valor da entrada inclusive nas promocionais.

Quem quiser uma cópia do folder me mande um email: corarufino@gmail.com

A nossa idéia é ir quarta-feira pra frente do cinema e panfletar.
Quem quiser ir pra dar uma força e fazer volume, agradecemos!

A MEIA DA MEIA EXISTE E ESTÁ ENTRE NÓS!


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A respeito do último post da Bruna, só uma erratinha: eu faço parte da Cia. do Lavrado e não da Cia. Arteatro, ok? E aquele não é o novo trabalho do Arteatro, e sim uma esquete, que é uma peça curta e rápida para ser apresentada nos lugares.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Mulher à vista

Ao passar em frente a um estabelecimento comercial, certa vez, vi a cena:

Uma mulher limpava uma freezer (era uma daquelas freezeres - é assim mesmo que se escreve? - em que a parte da frente é de vidro para que as pessoas possam ver os produtos).

Para realizar a tarefa, a mulher estava com metade do corpo dentro do compartimento, onde costumam ser expostos: queijo, salame, mortadela, manteiga, carne de vaca, de porco. Todos mantidos na temperatura ideal para não causarem uma intoxicação alimentar nos clientes.

Acontece que a impressão de quem passasse o olhar de relance por ali não era a de que aquela funcionária estava limpando a freezer. O que parecia era que a mulher era mais um produto ali sendo refrigerado à espera de seu comprador. Só faltou a plaquinha com o preço e com os dizeres em baixo: “Agradecemos a sua preferência. Volte sempre!”

E, ao que me parece, é assim que acontece hoje: as pessoas (as mulheres, principalmente) são expostas por aí como mercadoria. E aqui não me refiro à prostituição (alguém enxerga a participação da mídia neste comércio?)

E aí então, a mulher não é mais vista como um ser humano que tem sonhos, sentimentos, humor, inteligência... Agora não passa de um par de seios, duas pernas, duas bandas de nádegas, etc, etc, etc.

Assim como há quem prefira o mocotó do boi, existem os excêntricos que dão tudo por pés femininos. Mas, em todo o caso, a mulher não é mais UMA e ÚNICA, é uma porção de pedaços de lábios carnudos, pescoço liso, nariz arrebitado, barriga malhada, panturrilha durinha, e outras partes mais ou menos nobres.

O que há a se fazer? Na vida, tudo tem seu preço (e todos, talvez)...

Portanto, façam as suas apostas!

Olhem atentamente as prateleiras! Passem no caixa! Voltem sempre!

E viva o Capitalismo!!!

MEIA VERDADE

Todo ano começa o período escolar, começa a compra de caderno novo, mochila nova e aquela papelada com a assinatura do diretor e a foto 3x4 pra tirar a carteirinha.
Poxa vida, tanta gente assim querendo um “documentinho” não poderia ser para outra coisa a não ser a obtenção da famosa meia entrada no cinema e nos shows em geral. É verdade sim. Inclusive existe a Lei Estadual nº 363 de 14/01/2003 que garante esse direito a nós, estudantes...

Então, me diga uma coisa...

Por que raios existem promotores de eventos que insistem num tal “preço único” para ingressos?
Preço único NÃO existe!
Não de acordo com a Lei Estadual nº 363 de 14/01/2003
Então NÓS estudantes, o futuro desta nação (:P) temos sim o direito de pagar a meia e o dever de exigi-la.

Zeca Baleiro fez um show aqui em Boa Vista. Um fato inédito! Era bom demais pra ser verdade (só se falou nisso há um mês)!
Então a triste verdade:

- Eles não vendem ingresso avulso. É só mesa, pra quatro pessoas e custa 200 reais!

Epa! Peralá! Mas e se for uma mesa só de estudantes?
Exato! 100 reais!
Por isso eu fui.
O cinema é o caso mais conhecido. O principal lugar onde as pessoas dão sua carteirada e falam na hora de comprar

- Me vê duas meia!

A bilheteira sorridente entrega o bilhetinho e contente o estudante vai assistir ao seu filminho.
Lindo né?
Massssss......

Quarta-feira é dia de promoção!

É sete reais pra todo mundo

Má peraê... eu não sou todo mundo!

-Tu é?
-Não

- E tu?

-Também não. Eu tenho carteirinha!
-Então a gente paga meia!
-Moça, quero meia!
-É sete reais
-Não, eu quero MEIA!

E assim fomo assistir Os Simpsons por R$ 3,50 o ingresso.
Por isso, povo do meu Brasil (:P), estou iniciando agora a campanha

EU QUERO MINHA MEIA!

Por que a fia duma vaca da bilheteira do cinema, depois da terceira vez vendendo o ingresso a R$ 3,50 pra gente, resolveu fazer birra e “acabar com a mordomia”. Disse que não era certo o que estávamos fazendo!
Na minha opinião não é certo ela ir de encontro à Lei Estadual nº 363 de 14/01/2003
Não é certo ela nos barrar na quarta-feira e dizer que não temos direito à MEIA DA MEIA!

A meia da meia existe e está entre nós.

Então, todo mundo quarta-feira que vem, na bilheteria do cinema com suas carteirinhas falando:
- Eu quero a meia da meia, por favor!