sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Anulando o nulo II


Concordo com o comentário do floco no post anterior, de autoria de minha amiga Cora. A culpa da pouca-vergonha pública no centro do poder de quaisquer esferas, não se restringe apenas aos mandatários eleitos pelo poder do voto popular.
Não se trata de politiquismo. Se trata da falta de valores da sociedade. E tudo começa em casa: O político corrupto de hoje é o mesmo que roubava o carro do pai para sair à noite quando tinha 16.
É a menina que mente para os pais dizendo que vai dormir na casa de uma amiga para estudar e, na verdade, sai pra dar (nada contra, mas se a intenção é essa, abre o jogo logo, pô!).
É a juventude de hoje, que não sabe mais se divertir sem ter que encher a cara de bebida e sair se matando em acidentes de trânsito.
É o atendente de qualquer banco-loja-botequim, que BENEFICIA um amigo enquanto o povo sua nas filas.
É o policial que não honra o distintivo e que age de forma mais fora-da-lei que o próprio bandido.
Nunca a expressão "jeitinho brasileiro" foi exposta de forma tão pejorativa.
Se queremos mudar um país, não podemos acreditar ou creditar a culpa apenas a uma única classe. Os políticos só levam fama, porque para 'ganhar' a vida, precisam estar expostos. A mídia os adora. Eles não são santos, com certeza. Porém, não são os únicos demônios.
Quantos juízes não vendem sentenças? A bandalheira em que se transformou o poder judiciário no Brasil é incrível. São tantos os níveis para se recorrer de uma sentença, que quando se consegue punir o criminoso, o crime já até prescreveu.
Isso sem falar de funcionários públicos de baixa patente, os mesmos pais de família que enchem a boca para criticar os políticos de nossa querida terra-mãe... médicos que vendem a vida de pacientes que aguardam nas filas de doação de órgãos... enfim, em todas as classes existem pessoas sem escrúpulos e que não precisam necessariamente ter mandato. Precisamos parar de ficar só criticando e olhar para os nossos próprios umbigos.
Votar é preciso. Votar de forma consciente, pensando não apenas nas nossas barrigas, mas em todos. E aprender a cobrar dos nossos representantes eleitos, dar a cara a tapa. Isso, por sí, já seria um bom começo...

2 comentários:

Bruna disse...

Tudo começa lentamente.
É uma nova geração que começa a reinar nessa cidade. Pessoas conscientes. espero que a realidade mude.

Cristofer Floco disse...

Até que enfim alguém aqui compreendeu a perspectiva adotada pela minha persona!
Que mudem as pessoas e suas atitudes!
Mudemos nós antes deles!