terça-feira, 30 de junho de 2009
Entre jornalistas, cozinheiros, ministros do Supremo e doutores
Alguém conseguiu entender por que cargas d’água aqueles caras tomaram aquela decisão? Ah! Faça-me o favor!
E nem me venham com aquela história de que a lei é do tempo da ditadura e que exigir o diploma restringe a liberdade de expressão!
Com ou sem diploma de jornalista, qualquer ministro do Supremo pode continuar a repetir sandices e mais sandices aos quatro ventos: como dizer que jornalista é igual a cozinheiro – pra ser bom não precisa de diploma. Alguém que abre a boca pra falar um troço desse provavelmente não sabe a diferença entre um lead e um ovo frito.
E daí que a lei é do tempo da ditadura? Se for assim vão acabar com boa parte da legislação brasileira. E por falar nisso, os ministros do STF bem que poderiam considerar inconstitucional uma certa lei do tempo do Império que promove bacharéis em Direito a doutores.
Já sei! Não vai dar. Afinal, pra ser doutor é como gigolô, só precisa fazer DIREITO.
quarta-feira, 24 de junho de 2009
Falando no Capeta
INCRÍVEL.
Shirlaine fez uma notinha falando dela própria.
Que glamour.
Vejam só:
(grifos meus, queridos)
Tempestade
* Aliás, estão fazendo tempestade em copo d`água com relação ao fato de o Supremo ter decidido que pessoas sem diploma podem exercer a profissão de jornalista. Como se isso já não estivesse acontecendo. (é justamente para barrar o que estava acontecendo, que rolou a votação, se não, não precisariam decidir nada, né não? han? han?)
* Que a decisão é um retrocesso no que se refere à questão do profissionalismo, não há dúvidas. Mas, os cursos de Comunicação não vão fechar por causa disso, até porque quem tem diploma vai continuar sendo Bacharel e quem não tem será sempre um mero curioso. (aaah, e pra ser curioso tem que ter carteira assinada? se for assim, quero ganhar dinheiro pela minha curiosidade - todo dia eu futrico o orkut do meu namorado! HUMF)
Tempestade II
* Na faculdade, onde se passa 4 anos para adquirir um título, leva-se dois anos só estudando Português Instrumental (I,II,III e IV) e o mesmo tempo depois cursando Redação Jornalística, fora matérias específicas Edição, Legislação e Ética, etc... (Estética, Semiótica das Mídias, Foto, Tele, Rádio, Planejamento, Editoração... o curso não se resume ao jornalismo escrito, baby)
* E ainda assim, o que mais tem por aí é jornalista com diploma que não sabe escrever nada que preste (ou seja, Shirlaine. Acreditem, ela tem diploma. Acreditem, eu usei a monografia dela para escrever a minha :o ) e raros são aqueles que apesar de leigos, nasceram com o dom de escrever e dedicam-se a isso com responsabilidade. (quem, meu Pai? Neste Estado, quem?)
Eu sou obrigada a passar por cada coisa, minha gente!
Bruna Castelo Branco
Jornalista e Curiosa
OMG!
Da página policial para a coluna social
Agora posso dizer que sou alguém!
Entrei pra high society!
Tô me sentindo!
Aconteci!
Emergi!
Tô na mídia!
Tô na crista da onda!
Tô podendo!
Tô com tudo e não tô prosa!
Tô em alta!
Saí na coluna social da Shirley!
E daqui a alguns meses eu fico um ano mais competente, mais talentoso, mais charmoso, mais gatinho...
Tudo de bom!
Quem viver, verá!
segunda-feira, 22 de junho de 2009
Então fica assim: quem estudou jornalismo por quatro anos ou mais, fez pós, mestrado, doutorado e tal, favor não reclamar de ficar no mesmo nível de quem nunca passou no vestibular e agora poderá pleitar um posto nas redações. Também não será admitida qualquer discriminação com o sujeito que fez o curso de...de...de...direito, claro, e invocou de colocar no cartão de visitas: Dr. Advogado e Jornalista..."
Leia o texto na íntegra no blog Crônicas da Fronteira do meu colega Edgar Borges.
Digo colega porque agora resolvi me intitular jornalista também.
Como fiz meia faculdade de jornalismo, tenho direito a meio diploma e ser uma profissional de meia-tigela.
Já pensou? No meu cartão de visitas:
Arquiteta e Jornalista
Que chique!
domingo, 21 de junho de 2009
Aconteceu comigo: fui premiado no intercom (de novo)
Fui premiado hoje como o melhor trabalho da Expocom (Exposição da Pesquisa Experimental da Comunicação) do Intercom Norte (Congresso Brasileiro de Comunicação Social - etapa norte), na categoria jornalismo, modalidade documentário em vídeo. sem falsa modéstia, nunca na história desta universidade um acadêmico havia sido premiado por dois anos seguidos no expocom norte.
quem olha assim nem imagina que eu nem iria participar do encontro. foi assim: eu me inscrevi e pedi pra ufrr bancar as passagens. lá pelas tantas fico sabendo que o meu trabalho havia sido recusado. mando e-mails para a organização do intercom perguntando o motivo da não aceitação do trabalho. eles me responderam dizendo que procurariam saber o porquê da desclassificação e me comunicariam. não comunicaram.
com o trabalho recusado desisti de partipar do evento e pedi à ufrr que cancelasse a compra das passagens. e não é que um dia antes de começar o evento, por volta do meio dia, recebo uma mensagem de celular de rondônia do prof. avery dizendo que meu trabalho havia sido aceito e que eu fosse a porto velho. como se fosse simples...
ligo pra organização do intercom em rodonia. eles confirmam que minha apresentação estava prevista na programação. corro desesperado pra comprar passagens do meu bolso (afinal não dava mais tempo de a universidade comprar. burocracia sabe?) só consigo voo em que eu chegaria ao aeroporto de porto velho às 15h15 do último dia de apresentações no expocom.
ligo de novo pra rondonia e conto a história toda. resposta: "vem e quando chegar corre direto pra cá para apresentar o trabalho". fui. no aeroporto de manaus (onde eu teria de esperar umas dez horas pelo avião) por acaso um cara falou pra mim que iria a rondonia num voo mais cedo que o meu. troquei de voo na hora... economizei quatro horas... e de grátis!
chegei a rondonia ao meio dia e apresentei a tarde (depois de um relaxante banho de água fria). foi um sucesso o documentário! pessoal elogiando - pedindo pra copiar. foi pirataria à torta e à direita. no outro dia veio a confirmação: os jurados tb gostaram do vídeo.
moral da história: não desista diante dos obstáculos (por mais supremos que eles pareçam!). eu poderia nem estar aqui e no fim saí com uma premiação. quem sabe no ano que vem não seja vc a receber o prêmio?
sexta-feira, 19 de junho de 2009
Os Jornalistas aplaudem o STF
Agradeço por me fazer lembrar das apostilas que comprei... do sono que perdi... da gasolina que gastei pra ir pra universidade... tudo isso pra ter meu futuro diploma praticamente inutilizável!
Quem estuda em uma Universidade Federal, garanto que não está com tanto asco da decisão do STF. Mas... quem se aperta todo mês pra garantir a verba do que agora, não vai valer NADA? O único respaldo que tínhamos nos foi tirado. Tudo está consumado. O que mais falta acontecer? Pior agora é se chover...Vou chamar um pajé curandeiro da Maloca da Barata pra trabalhar no HGR. Sendo que um diploma não faz falta pra um profissional... por que não? Ele ajuda pessoas do mesmo jeito (do seu estilo, mas ajuda...).
Ridícula a decisão do STF...Poderia até ser dado oportunidade pra pessoas com afinidade à profissão. Mas... que houvesse regras estabelecendo um meio ético, e principalmente justo, afim de que, aquele que cursa, ou cursou, ou quer cursar tenha direitos, e aquele que não quer, porém deseja, também tenha caminhos para que isso se torne realidade na sua vida.
Temos que dar valor para os que se inscreveram em uma universidade, concluíram curso superior e que merecem todo o respeito e mérito. Toda profissão de cunho intelectual necessita de graduação para que a mesma seja exercida. Ou então poderei eu advogar, trabalhar em engenharia, e a cada dia mudar meu registro e exercer a profissão que mais me agradar. Sem a exigência do diploma a profissão será banalizada, onde qualquer pessoa poderá registrar-se como tal e exercer a mesma sem qualquer ética.Em outras palavras: isso é uma total falta de respeito.
O Curso de jornalismo não é lá às mil maravilhas. Vemos muitas coisas que não se é usado na prática profissional, claro. Mas apreendemos a nos dedicar a um jornalismo didático e integrado, com respeito e espírito de trabalho coletivo. Os que levam isso pro profissional pós-faculdade, se destacam de muitos “profissionais” meia-boca por aí. Perdoe-me os autodidatas. Mas no espaço acadêmico temos razões e somos disciplinados de um modo que vocês desconhecem.
E a demanda pro vestibular para o curso de jornalismo? Quem vai querer fazer uma faculdade de um curso que não tem utilidade nessa altura do campeonato? E outra coisa: Se acham que existem maus jornalistas por aí ... quer dizer que serão mais bem preparados agora, sem diploma é? hum, bacana... Pô, quem quer ser jornalista, quem admira, tem interesse na área da comunicação, vai atrás de dar valor a profissão, e fazer no mínimo um curso superior, oras!Saber o que é pirâmide invertida, lead... saber sobre imprensa... se Faustão é bom... ler sobre comunicação... ah, e sem contar que agora o salário vai ser ótimo né não? e quem se esforça para estar numa faculdade não tem mérito nenhum?!
Valeu brasilzão!
Agora... vamos para o nosso próximo passo:
encher os meios de comunicação com parentes de políticos e de pessoas (que se julgam) importantes pra ninguém mais falar mal ou denunciar nada. E o diploma de jornalismo?
Use e abuse:
- caso sua mesa esteja em falso, você pode dobrar esse ilustre papel para corrigir;
- lembra das apostilas (que não foram poucas) que você comprou na xerox da universidade? Encaderne-as todas em um só livro, utilizando o diploma como CAPA;
- Se você plastificar, pode ser muito bom pra limpar o assoalho do seu carro com uma escovinha;
- Dobre-o até ficar do tamanho de uma cédula de identidade, e coloque dentro da carteira, pra dizer que está forrado de grana (rsrs);
- Lembra do buraco do parafuso do quadro que caiu faz décadas na sua sala? Põe ele lá. (Mas com o seu nome pra parede).
Me desculpem os erros de Português... mas quem se importa?? "
Colaboração do Estudante de Jornalismo da UFRR: Régis Luiz Calixto da Costa
Jornalista no Brasil?
De um lado é o Lula, enfiando tudo quanto é pobre na universidade privada, pagando bolsa, e querendo a qualquer custa dar o canudo que ele nunca teve. E socando semi-afalbetizado na universidade pública, através de um sistema de cotas que nunca chega a um consenso coerente.
E do outro lado é o judiciário, contrariando a política do atual governo, decidindo que qualquer um, até o seu Zé, o padeiro aqui do meu bairro, pode acordar amanhã com uma vontade imensa de ser jornalista e nada poderá impedí-lo.
Ô Gilmarzão, brigada aí! Eu já tinha uma vontade doida de queimar meu diploma, agora posso fazê-lo sem peso na consciência!
Jornalistas de Roraima, o jeito é rezar. Ou passar em outro vestibular.