sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

pelo primeiro semestre, numa brincadeira de Verdade ou Conseqüência, perguntaram para o Sascha por que ele escolheu jornalismo. Ele disse que, como o Clark Kent era jornalista (e nas horas vagas era o Super-Homem) e o Peter Paker era Fotojornalista (além de Homem-Aranha), ele se sentiu inspirado para fazer esse curso que parecia ser no mínimo emocionante.

É lindo isso, na verdade. É que nem quando perguntam pra gente no primeiro dia de aula - naquelas dinâmicas de apresentação - por que escolhemos fazer o vestibular de Comunicação Social e o que esperamos do curso.
Só o que se constata é que ninguém sabe ao certo o que é aquilo onde se meteu:
- Ah, escolhi comunicação porque sou muito comunicativa - respondeu uma doida.
- Porque eu adoro ler - disse a outra
- Porque eu adoro falar
- Porque eu adoro fotografia
- Porque eu adoro escrever
- Sempre quis fazer tevê
- Sou muito ligado nas coisas
Conseguiram perceber a utopia?
Os motivos são vagos. O meu próprio motivo foi vago... mas fui sincera:
- Eu precisava passar em algum vestibular ou minha mãe me matava! - a segunda parte eu omiti - eu ia me inscrever para Letras mas disseram que o vestibular de Comunicação era mais fácil de passar.

Mas aí o curso começa e demoramos um pouco para acreditar que o que o trote já acabou.
Percebi que muita gente estava fazendo duas faculdades e ao serem questionadas sobre isso, respostas parecidas:
- A outra faculdade é para trabalhar e como hobby, o jornalismo.
Pois bem, baseando-me nas respostas do primeiro dia de aula e a resposta acima, posso concluir que ninguém encara jornalismo como profissão, mas hobby.
Ainda não vi alguém ser dentista nas horas vagas ou ser advogado só nos fins de semana. Será que alguém pode ser médico somente à noite?
Então por que jornalismo tem que ser hobby?
Na verdade a gente se imagina escrevendo artigos polêmicos e inteligentes assinando como jornalista, porque se você é jornalista você forma opinião, não é? (outra mentira que a gente fica repetindo a cada semestre).

Mas a gota d'água foi mandarem o pobre do professor substituto das aulas de fotografia.
Gente! Ele não sabia ligar a máquina! Nem ele acreditava no que tava dizendo, PORQUE ELE NÃO SABIA! Ele não tinha certeza de nada! Mandou o Tana (um aluno, que é também um fotógrafo) dar aulas no lugar dele.
E ter de ver o professor perdidaço toda semana, mendigando informações do Tana, me dava arrepios.
Que porra é essa?
Aí a doida da menina diz na metade do semestre:
- Tudo o que eu aprendi nessa aula... é que a gente não deve cortar a cabeça das pessoas quando for fotografar! - e claro seguido de um riso astuto e bocó ao mesmo tempo. - nem sei o que é esse tal de obturador... ou pra que serve o diafragma da máquina! Basta saber ligar!
Claro, depois disso nunca mais dei as caras naquela aula. Depois de um mês sem dar o ar da minha graça, descubro que o professor está disposto a me aprovar desde que eu faça um trabalhinho.
Lógico! Depois de simplesmente desaparecer e ter perdido TODAS as "aulas" desde a saída, depois de não ter feito mais nenhum trabalho! Descubro que há a possibilidade de eu passar! MESMO SEM SABER A MATÉRIA!
Desnecessário dizer que depois disso desapareci foi da faculdade.


Momento lazer:

VOCÊ SABIA

Que a Faculdade Atual usa a seguinte descrição do curso de jornalismo no site da instituição?

Depois que os Siegel e Shuster criaram o Super-Homem, em 1933, e decidiram que a outra identidade do super-herói seria o repórter Clark Kent, ficou difícil tirar dessa profissão o estigma da aventura, da defesa do cidadão e da sociedade. Na vida real, essa imagem tem um pouco de verdade. O jornalista é, certamente, um agente social importante, pois seu trabalho inclui a investigação de fatos com forte efeito na vida das pessoas e do país.

Comentário: Ah, tá.

2 comentários:

pimentel disse...

Que o restante da sociedade (representada aqui pelos autores de quadrinhos e do cinema) acreditem ser os jornalistas SUPER-HERÓIS eu acho SUPERnormal.
Agora, um estudante de Jornalismo pensar isso eu acho SUPERestranho. Até hoje, tem jornalista que acha que tem SUPERpoderes. O pior é que alguns só percebem que não podem voar, depois de cair do telhado.

Fernanda Papandrea disse...

Qual o problema de se considerar um superheroi?

todos podemos mudar o mundo!

beijos