quinta-feira, 12 de abril de 2007

Liberdade x Ética profissional

Nós que estudamos Jornalismo (e meus colegas de blog podem comprovar) estamos cansados daquela velha discussão sobre a liberdade no texto, sobre a tendência mundial da extinção do lead clássico e do surgimento de uma nova linguagem para o jornalismo impresso.

Há até quem diga que o “jornalismo artesanal” das primeiras décadas do século passado pode retornar. Pensando bem, seria interessante surpreender-se com textos bem escritos e ricos em expressividade, nas páginas dos nossos jornais. Porém, os fãs do jornalismo literário, nem podem se dar ao luxo de esperar por isso, quando entram em discussão os valores mercantilistas dessa mudança. Naturalmente, o jornalismo atende às regras do mercado, e definitivamente os ricos textos dos anos áureos do jornalismo, não fazem parte da realidade atual.

Mas quando falamos em liberdade, falamos em quê?
Em textos rebuscados, ou em textos agressivos?

Quando analiso o jornalismo local, me impressiono o quão equivocado é o conceito da palavra liberdade. E me questiono até que ponto essa interpretação de liberdade compromete a ética do jornalista.

Churrasco Humano”, “Galera do Mal”, “Cheiroso preso roubando perfume”, “Maldita cachaça”, “Abestado”, “Cavalo do cão”
E tantos outros socos no estômago que subestimam a inteligência do leitor e envergonham qualquer jornalista consciente do seu papel na sociedade.
Liberdade de expressão é isso?
Prefiro me manter aprisionada nas grades da perfeição.

5 comentários:

Daniel disse...

Eu vejo muito isso num jornal daqui que tenho lido diariamente. Parece que essa é a realidade de hoje em dia.

Anônimo disse...

ahhh, mas uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa!!! acho que liberdade é sempre válida, o que não dá é falta de senso!!!

Cristofer Floco disse...

acredita que eu dei entrevista pro RH ontem? hahaha! vou aparecer 'ternéte'
;)

Anônimo disse...

Liberdade é um termo muito amplo, mas se formos conciderar o significado mais intimo desta palavra nunca haverá liberdade de impresa, nem na imprensa "clandestina", já que o jornalista está preso aos seus próprios valores éticos, morais, culturais, etc...
Qunato ao jornalismo literário vale sempre a pena lembrar que hj até pode ser uma sáida para veículos alternativos mas não um motivo para criação de um jornalismo trash + snuf como determinados "jornalista" (eles se acham, fazer o que) fazem!

pcapuleto disse...

Apoio ao colega Oscar... Jornalismo livre no seu sentido literal é algo talvez utópico... Cada profissional carrega em sí uma carga de "pré-conceitos" que inevitavelmente emergem no momento em que afloram as idéias... E como no bom popular: Costume de casa se leva à rua... É difícil escapar disso.
Mas uma coisa é certa: Não se pode confundir liberdade com falta de bom senso.