E vou recomendar-lhes, amigos jornalistas, que façam o mesmo.
Porque depois da cagada do Supremo, dá vergonha dizer que é jornalista.
Alguém já leu a regulamentação do Ministério do Trabalho, que define a ocupação dos "profissionais do sexo"?
Eu me emocionei! E acho até que dá pra aliar o que a gente aprendeu na universidade, com a profissão mais antiga do mundo!
Confira, e veja se você tem talento.
Condições Gerais de Exercício.
Trabalham por conta própria,em locais diversos e horários irregulares. No exercício de algumas das atividades podem estar expostos à intempéries e a discriminação social. Há ainda riscos de contágios de dst, e maus-tratos, violência de rua e morte. (Jornalista é bem por ai, corremos todos esses riscos, e somos vítimas de preconceito diariamente)
Para o exercício profissional requer-se que os trabalhadores participem de oficinas sobre sexo seguro, o acesso à profissão é restrito aos maiores de dezoito anos; a escolaridade média está na faixa de quarta a sétima séries do ensino fundamental. (E quem disse que jornalista precisa ter mais que 1º grau?)
Atividades:
a) buscar programa: agendar o programa, produzir-se visualmente, esperar possíveis clientes, abordar o cliente, seduzir o cliente. (ou seja, a pauta, o planejamento)
b) Minimizar as vulnerabilidade
negociar com o cliente o uso do preservativo
c) Atender Clientes:
Preparar o kit de trabalho (preservativo, acessórios, maquilagem), especificar tempo de trabalho
e) Promover a Organização da Categoria (Esse foi o mais bacana, classe unida nunca é vencida. Vai pro nosso Sindicato em Roraima, o presidente é mais prostituído que as meninas da Daspu):
Promover valorização profissional da categoria
Competências Pessoais
Demonstrar capacidade de persuasão (Isso é um lado positivo pra gente, ou vai dizer que você nunca “seduziu” uma fonte?)
Demonstrar capacidade de comunicação (To falando, vamo dá certo no negócio)
Demonstrar capacidade de realizar fantasias sexuais
Demonstrar paciência (Igual como a gente faz pra esperar o motorista do jornal que não chega nunca, ou aquele assessor mal-educado que te faz esperar a manhã inteira)
Planejar o futuro (isso não quer dizer planejar a próxima pauta)
Demonstrar solidariedade aos colegas de profissão (claro, passa lá na casa do seu amigo que trabalha no Roraima Hoje, não deve ser fácil pra ele)
Demonstrar capacidade de ouvir (Pelo telefone, porque na redação não tem carro pra você fazer sua matéria)
Demonstrar capacidade lúdica
Demonstrar sensualidade (Hehehehe, pede um aumento pro chefe. Você tem belas pernas!)
Reconhecer o potencial do cliente
Cuidar da higiene pessoal
Manter sigilo profissional (Sigilo da fonte, assegurado pela Constituição! Ponto pra nós)
Pra terminar, se você quiser mudar de profissão, acostume-se a ser chamado de:
Garota de programa, Garoto de programa, Meretriz, Messalina, Michê, Mulher da vida, Prostituta, Trabalhador do sexo, Puta, Prima, Quenga, Rapariga, Rameira... (sim, esses nomes estão na regulamentação)
16 comentários:
Que texto grande! Prefiro a oração.
ser jornalista é mesmo foda!
em tv por exemplo vc começa o texto pela cabeça, escreve a nota pelada e ainda tem que passar pela entrada ao vivo.
Lide com isso!
Pelo menos não é sobre a Okiá, neta do Seu Lunga. só sabe reclamar.
Aldenor, como é que eu esqueci da nota pelada?
E o sutiã das matérias?
e a pirâmide invertida?
é, estamos no rum mesmo.
ass: Bruna
Engraçado, eu debati esse assunto essa semana na sala de aula..
a vida de jornalista e da classe - comunicação social toda é complicada principalmente por conta de vcs jornalistas..
argumentos:
1 - pq vcs não reconhecem a diferença básica que existe entre um profissional de RP,Publicidade e um jornalista?!
ainda que todos tratem de informação,são feitas de maneiras diferentes.
2 - a classe é desunida porque querem, me admira saber que o principal motivo disso é a falta de comunicação,de conversa! entre os profissonais.
3 - vcs são frustrados,fato..porque?(pode me corrijir se eu estiver errada,mas ainda não conheci um que fosse diferente..)simples..na faculdade todo estudante tem uma veia ativista, quer mudar o mundo,quer fazer e acontecer com furos de reportagem e assim trasnformar a sociedade,quando saem se veem num mercado onde os jornais não têm posição imparcial (aqui- BV- então..essa palavra ou o seu significado não existem) e aí..o que acontece..frustração.a tal ponto que agora vcs se calam diante de uma ditadura silenciosa..
não sei vocês- e não é teoria da conspiração - mas o Brasil com o Lula operando o sistema está caminhando silenciosamente para uma era que lembra AI's espalhados por aí..
3- já faz um tempo que saiu a decisão do supremo..e que fizeram? cadê o movimento? cadê o barulho?..eu só ouvi um chiado baixinho...
Como esperar movimentar a comunidade,fazer história,trasformar pequenas coisas se vcs mesmos se depreciam?
se era pra ser assim..seria mesmo melhor fazer outro curso ou não fazer,sei lá.
concluíndo, eu gostaria de dizer que acompanho o Jornalesmas desde o seu nascimento e sinceramente sinto falta dos ótimos posts que vcs costumavam postar..hoje, os posts estão fracos..ainda dá pra dar umas risadas,mas é só.
abraços.
*corrigir..
Opa!
Bem, óbvio que quando falamos de jornalistas, ou comunicadores de outras áreas, não podemos generealizar.
Por exemplo, se a gente for julgar os publicitários, por uma dezena de redatores que não sabem direito o português... estamos perdidos!
Aqui no blog a maioria é formada, ou pelo menos teve uma iniciação na academia, o que com certeza os fez aprender a diferença entre uma área e outra.
O blog nunca foi um espaço de ativismo político, na verdade tudo começou com uma brincadeira, como uma sátira da profissão.
Um espaço onde as opiniões pudessem ser compartilhadas, princiapalmente.
Então, penso eu, e respeitando a sua opinião, claro, que a classe não é desorganizada porque queremos... em especial o Jornalistas recém-formados no Estado de Roraima. Aqui não tem espaço pra nossa voz, como você mesmo citou acima.
Por exemplo: a gente tá cansado de ouvir que a decisão do Supremo não muda em nada, e esse é o grande problema. A gente queria que mudasse, a FENAJ luta por isso a anos... mas infelizmente nunca esteve em nossas mãos.
Não discordo de muita coisa, só acho chato essa generalização abusiva que todo mundo faz da profissão jornalista.
E o texto não era pra ser visto como auto-depreciação. Mas talvez não seja fácil pra todo mundo entender... é como a piadinha de lésbica comunista do bloco I.
Se todo post meu, eu ter que parar pra explicar, eu vou ser apenas mais uma a parar de postar...
E pra concluir, pode ser que o blog não atenda mais as expectativas dos leitores. Mas talvez esse seja o destino de um projeto que começou apenas por boa-vontade dos membros. Agora cada um tem suas vidas, ocupações... e não falo por mim, mas pros outros não deve ser fácil reservar um espacinho pra cá, por falta de tempo mesmo.
Post menor, Cora. Consegue ler agora?
E deletei o comentário anterior, porque consegui deixar mil erros de digitação.
bem Fêh,
1 - "vcs" é gente demais;
2 - acho complicado culpar os jornalistas pela vida complicada dos RPs e públicitários;
3 - fontes fidedignas me passaram que certos professores de PP de uma certa instituição de ensino superior disseram a seus alunos que o curso (PP) os habilitava para exercer a profissão de jornalista (isso antes da decisão do STF). acho que é mais comum outros profissionais da comunicação se confundirem achando que são jornalistas que o contrário. os mestres citados no exemplo são um indício;
4 - a classe é desunida mesmo. mas é a máquina que faz com que seja assim. vc já ouviu falar de greve de jornalistas no brasil nos últimos anos? como? se um editor-chefe consegue sozinho fechar o jornal inteiro (uma merda, mas fecha!) e depois, hoje todo mundo é jornalista;
5 - quanto aos "frustrados", vc está errada. prazer! meu nome é pimentel, não sou frustrado e eu ainda quero mudar o mundo! ah! e nem todo estudante de jornalismo é ativista (aliás, a minoria é!). os jornais do mundo inteiro são imparciais! e contra uma ditadura silenciosa, existem revoluções silenciosas;
6 - os sindicatos, cursos de comunicação e outras entidades vem realizando mobilizações por todo o brasil (já antes da decisao do supremo). semanas após a decisão, foi apresentada uma PEC por um deputado (que é jornalista);
7 - mas não deixe de acompanhar o jornalesmas! quem sabe um dia ele volte a provocar em vc mais do que a vontade de dar umas risadinhas.
abraços de lesma
esse menino me dá orgulho.
Faço minhas as palavras de uma amiga.."deixo o jornalismo pra quem é jornalista!"..
e olha, os professores que estão dizendo isso,são péssimos pq isso não é verdade(nós publicitários não podemos fazer a mesma coisa que os jornalistas), sorte a minha que os meus professores respeitam a profissão dos jornalistas e me ensinaram isso tb...
que bom que vc não é um frustrado..que bom.
é..quem sabe um dia o Jornalesmas volte a me encantar como antigamente..
tá vendo..isso é que é uma boa discussão..isso sim tem relevância..
Menor e melhor! Li sim, li tudinho! Li os comentários todos tbm.
E Fêh, obrigada pela participação. Com a sua força o Jornalesmas voltará sim a lhe encantar. Esse blog tem desses momentos.
Estou muito feliz que Pimentel não esteja desiludido. E como disse outra pessoa: você não escolhe o jornalismo, é o jornalismo quem escolhe você.
então você confessa, que tudo era preguiça de ler?
Oh, o que os números fizeram com a nossa Cora?
:D
Nunca tinha parado para analisar isso!!! rsrsrs! Enfim, jornalismo é mesmo uma grande sacanagem de idéias...! Parabens, mais uma vez, pelo blog!
"Promover a Organização da Categoria" vai para o Sindicato daqui de BH também.
eu nunca vi tanta lerdeza.
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