sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Até quando?


Até quando viveremos em um país onde arrastar criança no asfalto presa pelo cinto de segurança é um delito que deve ser tolerável, porque os responsáveis são menores de idade?
Até quando viveremos em um país onde esquartejar e queimar crianças é um crime, explicável e compreensível, por conta da mente doentia daqueles que as deveriam proteger e cuidar?
Até quando viveremos em um país onde seqüestrador vira ‘celebridade’ a ponto de conceder entrevistas pelo telefone para programas sensacionalistas e que a polícia se preocupa mais com a reação das organizações de proteção aos direitos humanos que com a própria vida humana?
Até quando vamos viver em um país onde uma criança é violentada, agredida e assassinada, e seu corpo, ocultado em uma bolsa de viagem é abandonado em uma rodo ferroviário?
Até quando vamos viver em um país onde a instância máxima da justiça, se preocupa mais com o direito sobre terras indígenas, pesquisas científicas e concessão de Habeas corpus para banqueiros corruptos?
Até quando vamos viver em um país onde seu Presidente, assim como a justiça, prefere fazer vista grossa sobre questões como maioridade penal e pena de morte?
Será que passar a mão na cabeça de nossos jovens tem sido a melhor solução para o problema da criminalidade? E o ECA? Seria muito lindo em um mundo de fábulas como Alice no País das Maravilhas – que não deve ser o Brasil, pois isso aqui está longe de ser uma maravilha – e o Mágico de OZ. Já passou da hora desse estatuto sofrer uma revisão, pois até hoje não cumpriu com sua verdadeira missão e só serviu para proteger a pior espécie de universitários do crime.
Até quando vamos viver em um país assim, senhor PRESIDENTE?
Redução da maioridade penal, SIM! Pena de Morte para crimes hediondos, SIM!
Senão, vou ter que rever todos os conceitos e a educação que tive nestes 27 anos de vida. Porque, sinceramente, senhor Presidente, hoje em dia está mais fácil ser bandido do que ser gente de bem.
E não é preciso ser nenhum jurista, para saber o porquê disso: É a certeza da impunidade! É saber que por mais que seja condenado, não vai passar mais que 30 anos recluso. Que 30 anos, que nada! A maioria acaba cumprindo um terço disso, no máximo.
Tanto se fala em reformas. Reforma tributária, reforma agrária... Mas a reforma que o Brasil realmente precisa é a REFORMA JUDICIÁRIA... da Constituição e do Código Penal brasileiro. É disso que realmente precisamos senhor Presidente.
Até quando teremos que viver em um país onde somos vítimas da violência e da criminalidade? Até quando teremos que conviver com o sentimento de impotência, diante da incompetência das três esferas do poder público?
Até quando?

16 comentários:

pimentel disse...

será mesmo que a culpa é de uma lei que nem sequer foi posta em prática, o ECA?

a saída seria mesmo enjaular menores infratores nas já superlotadas prisões, para que saiam de lá pós-graduados na criminalidade, como atualmente ladrões de lata de leite se transformam em perigosos líderes de quadrilha?

mesmo em países com pena de morte, crianças continuam sendo violentadas, agredidas e assassinadas, e tendo seu corpo ocultado por aí.

Que moral teria um Estado que não faz nada que impeça as pessoas de se tornem criminosas para julgar estas mesmas pessoas pelos crimes que cometeram?

e quem vai decidir quem merece pena de morte? os mesmos Poderes que hoje se corrompem em nome do poder?

enquanto muitos jovens que não tiveram acesso a condições de vida digna serão assassinados dentro da lei, filhinhos de papai continuarão a ser absolvidos por queimarem vivo um ser humano pensando que é apenas um medigo. afinal, tudo isso é só brincadeira!!!

pcapuleto disse...

Grande Aldenor!
Gostei da contra-argumentação...
Está aberto um novo debate dentro do blog. Com a palavra, lesmas e demais interessados.

Brescia Magalhães disse...

Eu concordo com o primeiro comentário. Não que o texto postado seja algo anulável... longe disso.
É fato que do jeito que tá, não pode ficar, mas matar pra ensinar que não se deve matar, também não me parece ser a solução. O problema é que tudo o que se é possível pensar, implica em resultados a longo prazo... aborto, pena de morte, maioridade penal mudada, liberação de drogas...
mudança moral, antes de tudo. educação, antes de mais nada. (inclusive exigir diploma pro Presidente da República! não?!), mas convenhamos, a urgência é gritante!
e sinceramente, quanto mais eu penso, menos eu desenvolvo...
silvio santos desistiu antes mesmo de tentar, tropicalista lavou as mãos... sei não, mas euzinha to propondo reunião geral, pra uma pizza, ali na calçadinha do Congresso, com um narizinho de palhaço. Quem topar...

Brescia Magalhães disse...

haha...
agora só pra tirar uma com a nossa cara, de quem ta preocupado com o futuro da nação...
espiem a nova preocupação deles!, dos digníssimos:
(Senador quer desobrigar uso de terno no Congresso)

http://www.estadao.com.br/nacional/not_nac270380,0.htm

mas como ninguém levantou questão tão importante????

pcapuleto disse...

É verdade Bréscia. Infelizmente no Brasil, as coisas só começam a preocupar as 'autoridades' quando a opinião pública ameaça gritar palavras de ordem.
Somente para esclarecer e desmanchar a impressão e que sou adepto do matou-morreu, deixo claro que sim, sou a favor da pena de morte em casos extremos: Crimes hediondos e com requintes de crueldade. Amigo Aldenor, concordo com você quanto à questão da redução da maioridade penal, mas você realmente acredita que um ser irracional que comete um crime como o da menina de Curitiba pode ser ressocializado? Olha... Eu não acredito. Então, pena de morte nele, ou então pelo menos prisão perpétua. Quanto aos jovens infratores, sinceramente, não acredito que um jovem acima dos 16 anos, não tenha discernimento sobre suas atitudes. Mata sim e sabe porque está matando. É maldade mesmo, amigo. E esse tipo de gente não se recupera. Agora, o problema não está em se tratar a doença depois que ela surge, e sim, antes que ela exista. Falta educação, falta lazer, falta inclusão social... enfim, estamos criando 'guetos' nas nossas cidades. E as crianças nesses guetos crescem revoltadas pela falta de oportunidades, por não almejarem um futuro melhor, se tornando atores vulneráveis à bandidagem. Se o Estado não faz o papel de socializador, o crime o faz... à sua maneira, é claro!

pimentel disse...

Se existem crimes hediondos (= repugnantes), deve ser porque os outros não são(???)... e quem decide o que é ou não é hediondo? a lei ou os programas sensacionalistas de TV que não mostram os hediondos crimes de colarinho branco que desviam com requintes de crueldade os recursos da saúde pública, por exemplo? Com estes crimes, nossos representantes polítos, que têm acesso à educação, lazer e estão socialmente incluídos assassinam milhares de pessoas inocentes! e aí, estes criminosos tem jeito?

pimentel disse...

eu só acredito na ressocialização (ou reeducação) daqueles que por si próprios fazem um esforço extraordinário e ainda contam com a ajuda da família. o sistema atual não reeduca. pelo contrário: deseduca.
no meu tcc, entrevistei um cara que foi preso por roubo e com o tempo passou a decidir quem devia morrer na cadeia (de ladrão, virou assassino brutal...)
a sociedade não prende pra resocializar. prende pra se livrar do cara. então se eles se matam lá dentro, melhor! não é preciso nem pena de morte. o sistema mata o criminoso sem sujar as mãos...

pcapuleto disse...

Quanto à politicagem, meu caro amigo Aldenor, concordo contigo em gênero, número e grau: Somos vítimas de um assassinato diário, corriqueiro e não nos importamos até o dia em que precisamos de um dos nossos falidos serviços públicos.
Saúde, segurança e educação ineficientes, são acima de tudo, reflexo da bandalheira com que são tratados os recursos públicos nesse país.
Mas tracemos um paralelo entre a atual realidade e a realidade de algumas décadas atrás: A criminalidade aumenta porque a população têm crescido também? Ou porque a cada ano, o investimento nos serviços essenciais à população diminui, enquanto os desvios aumentam? Porque sinceramemente, não dá pra conceber como o país era e como é hoje... Qual será o real motivo? Será que investimento sério em educação de qualidade, acesso à cultura, esporte e lazer, não traria de volta a vontade de lutar e as esperanças de todos em um país melhor? Não sei, amigo... Mas vejo muitos lugares piores que o nosso país... A China por exemplo. Um país superlotado, sem emprego para todos e que mantem a ordem com uma legislação séria. Se os caras conseguem fazer isso com uma população de mais de 1 Bi, porque a gente não pode?

pcapuleto disse...

Sei também que talvez não seja a adoção de leis mas rígidas que mudem o atual estado de insegurança vivido por todos nós, mas também sei que do jeito que está, não pode ficar.
Então a saída é debater mesmo, chegar a um consenso e cobrar uma atitude das nossas autoridades...

Brescia Magalhães disse...

Ta, mas cobrar como?! A imprensa publica o que quer, o que convem, o que interessa. Pintar a cara e fazer panelaço, hoje em dia, tá muito mais pra anarquista que pra qualquer outra coisa, e a maioria fala, fala, fala, mas quer mesmo é passar num concurso público, e viver sob a sombra e a água fresca na qual vive metendo o pau...
O problema não é só o governo, nem só a falta de subsídios... o problema também é o povo que, mesmo com acesso a informações, escolhe as mais fáceis, escolhe a comodidade, escolhe o próprio umbigo...
É por isso que eu disse que quanto mais eu penso, mais complicada a coisa parece ser, e mais impotente eu me sinto...

pimentel disse...

esta é a grande pergunta: por que a criminalidade aumenta (ou parece aumentar)?
não seria porque ela sustenta o sistema vigente? não sou o primeiro a dizer isso...
sim, se não há criminalidade, não há necessidade de quem a combata, e o Estado repressor perde o sentido de existir.
por isso, é preciso que as pessoas tenham medo e fiquem cada vez mais paranóicas e vendo inimigos por todos os lugares.
aí, vem o grande e poderoso Estado "proteger" e, de quebra, controlar o povo.
acabar de vez com a criminalidade representaria extinguir toda a estrutura da segurança pública (que se for preciso, pode invadir a casa de qualquer cidadão) e levar a falência a indústria do medo (armamento, seguros, segurança particular, etc).

tô gostando de ver! altos debates no jornalesmas...

pcapuleto disse...

Comentário pontual, meu caro Aldenor... Realmente, analisando a questão de um modo menos subjetivo, a impressão que fica é que tudo isso faz parte de uma via de mão-dupla: De um lado, o Estado e seus gastos com a segurança (enriquecendo uma meia dúzia de industriais brasileiros e algumas centenas de empresários do ramo da segurança patrimonial, que financiam campanhas e candidaturas. De outro a criminalidade, cada vez mais forte e organizada. Um não sobrevive sem o outro.
Dura realidade... E enquanto isso, nós, os "pobre" ficamos à mercê da violência. Será que ainda veremos alguma mudança para melhor?

pcapuleto disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
pcapuleto disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Bruna disse...

Oi, é aqui que vende pamonha?

Luciana Lobato disse...

vai pamonha!
vai curau!

vc me mostra a sua pamonha, que eu te apresento o meu curau!