POLÍTICA DE QUINTA

Estava eu na sala de espera do dentista, quando resolvo, depois de muito tempo, ler alguma notícia impressa, - a correria do dia-a-dia me faz viver em um mundo virtual.
Deus é realmente um Cara Gozador, pois eu tenho certeza que foi Ele que me fez pegar nesse jornal. Olha só o que eu achei:

Correio Braziliense - Brasília, 18 de junho de 2008.

"UM AGRADO DO PLANALTO
Governo ignora investigação da Abin sobre ex-prefeita de Boa Vista, que teve contas de sua gestão julgadas como irregulares pelo TCU, e nomeia para secretária do Ministério das Cidades.

O governo ignorou investigação feita pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) ao nomear a ex-prefeita Teresa Jucá, na semana passada, para o cargo de secretária nacional de Programas Urbanos do Ministério das Cidades. O levantamento mostra que ela teve contas da prefeitura de Boa Vista julgadas irregularmente pelo Tribunal de Contas da União (TCU), além de aparecer em mais de 20 processos requeridos pela Polícia Federal e Ministério Público Federal. Teresa é ré em ação de crime de responsabilidade e responde ação civil pública de improbidade administrativa. Ela apresentou recurso à decisão do TCU, mas figura no cadastro de responsáveis com contas irregulares no tribunal.
A responsabilidade pela nomeação de Teresa Jucá, publicada no Diário Oficial em 13 de junho, foi passada de mão em mão como uma batata quente no governo. O cargo é do Ministério das Cidades, mas a nomeação foi feita pela chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. A ministra foi questionada pelo Correio sobre a nomeação e a investigação da Abin.Por intermédio da sua assessoria de imprensa, responde que as nomeações de todos os cargos a partir do DAS-5 são assinadas pela ministra-chefe da Casa Civil, conforme a legislação. E acrescentou: "Porém, a decisão sobre nomear ou não é do ministério para onde o servidor é designado. Sendo assim, uma eventual manifestação sobre o caso específico deve ser buscada no Ministério das Cidades".

Nomeação
O Ministério das Cidades respondeu, inicialmente, que a nomeação havia sido feita pela Casa Civil. A reportagem sugeriu, então, que Cidades e Casa Civil chegassem a um entendimento sobre a responsabilidade da nomeação. Após algumas horas, a assessoria de imprensa do Ministério de Cidades informou que a posição do governo seria dada pelo ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro. "Assumo essa responsabilidade", respondeu o ministro.
Em seguida, justificou a confiança em Teresa: "Não tem um ocupante de cargo público que não tenha processo. A Constituição de 88 democratizou demais essa possibilidade de abertura de processo. Mas ela (Teresa) contestou todos. É uma gestora respeitada, sempre líder nas pesquisa de opinião. Foi candidata a governadora, prefeita de Boa Vista. Não há, à luz da lei, nenhum impedimento a que ela ocupe cargos públicos. No TCU, o processo está sob análise. Seria um pré-julgamento de uma parceira nossa". Ele apresentou, ainda, um motivo especial para o crédito de confiança: "O governo tem 14 partidos. Meu papel é fazer que a resultante da atuação desses partidos ajude na governabilidade. Ela é ex-esposa do líder do governo no Senado (Romero Jucá), onde a maioria governista é mínima ou quase inexistente".
O TCU julgou irregular a prestação de contas da compra de equipamentos hospitalares feitas no primeiro mandato de Teresa Jucá como prefeita de Boa Vista, em 1993. Ela foi condenada em 2001 a pagar R$7,4 milhões, mas recorreu da decisão e aguarda novo julgamento. O tribunal considerou que a prestação de contas não comprovou a regular aplicação dos recursos; a responsável não demonstrou a transferência de recursos para a conta que supostamente teria gerenciado os recursos; os recursos foram administrados em conta corrente diversa da que recebeu o crédito; não restou comprovado que os materiais relacionados na prestação de contas tenham sido adquiridos com recursos da Portaria 006/93 e houve adulteração de notas fiscais.

Projetos para inclusão social
No processo, Teresa afirmou que ocorreu um equívoco no momento do preenchimento da ordem bancária, já que foi emitida em favor da conta corrente 31663-6, Banco do Brasil. Já a conta 35850-9 destinava-se a movimentar recursos do SUS. Mas acrescentou que as falhas na conciliação bancária não ensejariam a irregularidade das contas, uma vez que não teria havido prejuízo ao erário. "A conciliação bancária comprova a regular aplicação dos recursos recebidos, uma vez que restaram comprovados rendimentos financeiros auferidos por meio de aplicação dos valores recebidos. Persistiu apenas uma falha operacional da qual não resultou prejuízo ao erário, havendo, inclusive, boa-fé da responsável, ante a existência de rendimentos financeiros", diz a defesa da ex-prefeita.
Ela reconheceu a realização de despesas em datas anteriores e posteriores à vigência da Portaria 006/93, mas argumentou que, desses atos, não resultou prejuízo erário. Também reconheceu a existência de notas fiscais sem identificação do convênio que se referiam. No entanto, argumentou que desse ato não resultou dano erário.
Ontem, por intermédio da sua assessoria, Teresa confirmou que o Hospital Infantil de Boa Vista, que recebeu os equipamentos, está concluído e funcionando bem. Alegou que os questionamentos do TCU foram "absolutamente técnicos". Disse que os processos abertos pela Polícia Federal são frutos de denúncias de vereadores adversários sobre 14 grandes obras que realizou no município. Acrescentou que assume a Secretaria de Programas Urbanos com a intensão de colaborar em projetos de inclusão social ao governo federal. "

Por Lúcio Vaz, da equipe do CORREIO.

Então vamo lá, deixa eu ver se entendi.
A pobre da Teresa Jucá tava em casa assistindo Malhação, até que cansou e ligou pro marido "Mozão, to cansada dessa vida, me arranja algo pra fazer?"
Porque em me pergunto... Quem é Teresa Jucá na noite pra ser Secretária Nacional de Programas Urbanos? Ah, tá. Ela é aquela ex-prefeita que responde processo porque errou na hora de digitar o número da conta, e sem querer querendo e força do hábito, digitou o número da conta dela? Ah, então tá beleza.
Em Brasília, não se faz idéia de quem seja Tetê. Só quando falam que ela é esposa do Romero Jucá.
Ro-rô, pros ítimos, fez todos os contatos que pode até que conseguiu um emprego pra sua amada, que não aguentava mais aquela vidinha casa-pilates-casa-restaurante-shopping-aeroporto-hotel-glamour.

Falando sério agora, é revoltante ver um político acusado de DESVIO DE VERBA (sim, isso se chama desvio), assumindo cargo de confiança em Ministério, mesmo sendo investigado por um órgão que se chama Agência Brasileira de Inteligência, e ainda ver que não fazem a mínima questão de esconder que foi pura mamata essa contratação.
E pior ainda: o fato de que a notícia nem chega na cidade de onde o político vem, porque a pessoa em questão é esposa do "dono" do maior jornal em circulação da cidade.
Para o ministro das Relações Institucionais, a Constituição de 88 democratizou demais a possibilidade de abertura de processos.
Pra mim, ela só esqueceu de não autorizar que os políticos processados não assumissem mais cargos.

Mas a realidade é essa mesma, quem já mamou nas tetas do governo, não quer nunca mais outras tetas pra mamar.
É por isso que eu to aqui pedindo a minha oportunidade...

Dá próxima vez erra pra minha conta aí, Tetê!

Luciana Lobato, diretamente de Brasília - e mais venenosa do que nunca.