domingo, 24 de junho de 2007

Brasil, 2007.

“(os proles) eram oprimidos pelos capitalistas, tinham sido chicoteados e submetidos à fome, as mulheres forçadas a trabalhar nas minas de carvão, as crianças vendidas às fábricas com a idade de seis anos. (...) os proles eram naturalmente inferiores, que deveriam ficar em sujeição, como animais, pela aplicação de algumas regras simples. Pouquíssimo se sabia a respeito dos proles. Não era necessário saber muito. Contanto que continuassem a trabalhar e se reproduzir não tinham importância suas outras atividades. Abandonados a si mesmos, como gado solto nas planuras argentinas, haviam regressado a um modo de vida que lhes parecia natural, uma espécie de tradição ancestral. Nasciam, cresciam nas sarjetas, iam para o trabalho aos doze, atravessavam um breve período de floração da beleza sexual, casavam-se aos vinte, atingiam a maturidade aos trinta, e em geral morriam aos 60. O trabalho físico pesado, o trato da casa e dos filhos, as briguinhas com a vizinhança, o cinema, o futebol, a cerveja e, acima de tudo, o jogo, enchiam-lhe os horizontes. Mantê-los sob controle não era difícil (...) Não era desejável que os proles tivessem sentimentos políticos definidos. Tudo o que lhes exigia era uma espécie de patriotismo primitivo ao qual se podia apelar sempre que fosse necessário levá-los a aceitar ações menores ou maior expediente de trabalho (...) Havia enorme criminalidade em Londres, todo um mundo subterrâneo de ladrões, bandidos, prostitutas, vendedores de narcóticos e contraventores de todo o tipo; mas como tudo se passava entre os próprios proles, não tinha importância. (...) A promiscuidade não era punida; e o divórcio era permitido. Nesse particular, até a adoração religiosa teria sido permitida se os proles demonstrassem algum sintoma de deseja-la ou dela carecerem (...) Como dizia o lema do partido: “Os proles e os animais são livres”.


Mil Novecentos e Oitenta e Quatro (1984) – George Orwell, pg. 70/71

O livro publicado em 1948 retrata a sociedade britânica no ano de 1984, uma sociedade reprimida pelo totalitarismo, que desconhece a democracia, têm os pensamentos e até o passado controlado pelo Estado, não têm cultura, nem privacidade, onde “liberdade é escravidão”.
Impressionante como esse fragmento, quase como um presságio, revela características bem familiares pra todos nós. Felizmente, creio eu, você leitor não se encaixa nesse perfil (dos proles).
Mas é inegável que a grande maioria dos brasileiros se assemelhem a essa descrição. Em um país que se orgulha da multiplicidade de raças, da liberdade de expressão, da alegria de seu povo que camufla a verdadeira omissão do Estado. Omissão e manipulação de uma massa de ignorantes, de necessitados... Um Estado que inutiliza por séculos uma nação, sem forças mínimas pra mudar o rumo de suas vidas.

A capacidade de um livro com mais de 50 anos nos ser útil nos "novos tempos", e poder ainda gerar especulações e reflexões sobre nossas vidas, só poderia mesmo ser encontrada em um grande clássico. E mesmo com toda essa onda de comparações, sobre a sociedade e más ações do Estado, me dando a sensação de ser mais um inútil que nada pode fazer para reverte-las... é um prazer ler um clássico. E sempre há de ser.

terça-feira, 19 de junho de 2007

=]

Oi! Você vem sempre aqui?

Continua vindo...
Um dia, alguem atualiza isso.

sexta-feira, 8 de junho de 2007


O que você acha que esta nuvem significa?


Segundo o João Paulo, é o espírito do Totó dando adeus;

Já eu, acho que é uma nuvem de paz indicando a libertação do Estado;

Já para outras pessoa, é um indício de que o bichinho vai voltar mais forte e viril, até ficar rouco e corcunda, igual o falecido Papa, com as mãos trêmulas e voz embargada "Povo do Pintolândia, vote em mim".
Alguem tem outra explicação?
Ps: Só pra constar, a Família Portela estava atrás de mim, acompanhando a procissão, no momento em que tirei esta foto! Seria a nuvem da vingança?







segunda-feira, 4 de junho de 2007

Perfil dos Estudantes de Jornalismo - UFRR

*Por Bruna Castelo Branco

  • Falantes, têm sempre uma opinião para oferecer (que bom!)
  • Diferenciam-se pela espontaneidade, e falta total de cerimônia pra falar de qualquer assunto, falam alto e se destacam dos outros estudantes do bloco I (fazem muito barulho);
  • Nas rodinhas, rola todo assunto, mas sexo é o preferido entre eles;
  • São conhecidos por serem festeiros, o que nem sempre é verdade;
  • Adoram contestar o óbvio, o trivial. E mal sabem eles que acabam caindo em um estereótipo;
  • Nos primeiros meses de curso, freqüentam a biblioteca do campus, lêem Nietzche, Maquiavel. E entregam todos os trabalhos em dia;
  • Dizem que gostam de ler, e que esta é uma das razões que os levaram a escolher o curso, mas o tempo prova que alguns mentiram ao dizer isto;
  • São envolvidos com a arte, o que é muito interessante, há músicos, desenhistas, atores de teatro;
  • Se assustam com a tal da semiótica! Uns a amam, outros a odeiam! Indiferença não existe quando se fala da danada;
  • São alternativos, assumem um visual diferenciado. Algumas das meninas optam por fazer do bloco I uma passarela de desfile de moda;
  • São antenados, estão sempre atualizados sobres a novidades locais, principalmente quando isso envolve vídeos pornôs amadores, que circulam pela web. Conhecem as personagens, comentam a repercussão dos vídeos e etc;
  • A partir do 3º semestre, abominam os meios de comunicação. Passam a ter uma antipatia pela cultura de massa (efeito da disciplina “Teorias da Comunicação”);
  • O sonho da maioria deles é ser aprovado em um concurso público, isto porque já tiveram a desagradável experiência de estagiar em um veículo de comunicação, ou assessoria;
  • Trocam a aula por uma mesa de bar, ou um lanche na praça Ayrton Senna;
  • Reclamam da falta de interatividade entre as turmas, mas não se sentem à vontade para compartilhar reuniões e confraternizações extra classes. As festas raramente acontecem, e quando acontecem, reúnem poucos gatos pingados (na verdade, os que sabem mesmo se divertir);
  • Nos últimos semestres sentem uma profunda angústia, pelo tempo perdido e por todas as ilusões que a UFRR quebrou com as deficiências do sistema, o desmazelo dos professores, a falta de recursos e a insatisfação deixada pelo ensino público brasileiro;
  • Não estudam para as provas, não freqüentam a biblioteca há meses, não entregam os trabalhos e pensam como vão sobreviver a monografia;
  • Não ligam ser serão reprovados e se o curso vai atrasar. “um semestre a mais, um semestre a menos nessa merda é lucro”;
  • Se divertem contando os causos da vida de jornalista, falando mal dos professores e dos grandes expemplos "de como não ser um jornalista";
  • Não levam projetos a sério, como blogs, que nunca são atualizados;


    Alguém quer contestar?
    À vontade! A idéia é esta!

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Correspondente de guerra

A professora diz, a gente tem que quwstionar. É assim que funciona a coisa. Afinal, somos um povo que tem opinião. Temos que exercer esse lado contestador que há em cada um de nós.
Como por exemplo, quando a professora disse que o repórter, aconteça o que acontecer, tem que dar a notícia, sem se distrair com frivolidades ou pessoas ao redor.
E o indivíduo pergunta algo como:

- Mesmo se o cara for um correspondente de guerra, e levar um tiro que tire metade do rosto, ele tem que dar a notícia não é?

aproveitando que a gozação tá fresquinha. Eis a charge: